Thursday, March 31, 2011

Desigualdade e Preconceito? - O estigma da doença mental




Minha concentração na universidade é psicologia. Desde que era criança, sempre me interessei por esse campo da ciência, especialmente a parte sobre as doenças mentais. Com o conhecimento que adquiri através de meus estudos, quero juntar-me à luta contra o estigma dos transtornos mentais.


O estigma das enfermidades mentais não é uma questão nova. Os estereótipos sobre essas doenças e as pessoas que sofrem delas têm existido por muitos anos. Especialmente, no passado, quando as ciências e a tecnologia não eram tão avançadas quanto hoje, a sociedade não compreendia porque alguns tinham distúrbios mentais. As pessoas etiquetavam essa população como louca e institucionalizavam-na.


Nos tempos atuais, embora o campo médico saiba muito mais sobre as doenças mentais (pela influência dos estudos psicológicos, a tecnologia mais avançada, etc.), ainda existe um estigma associado com elas. As pessoas têm opiniões muito fixas e unidimensionais sobre os que sofrem. Por exemplo, todos eles são loucos, violentos, perigosos e/ou uma fonte de entretenimento.


NÓS SOMOS PESSOAS REAIS !

Além disso, o que a sociedade caracteriza como as doenças mentais é muito errado. Existe uma grandeza de razões.


A falta de educação

A falta de educação é provavelmente a maior razão do estigma. O problema é que a maior parte do povo não sabe quase nada sobre as doenças mentais. Os únicos que realmente compreendem-nas são os que sofrem ou têm parentes que sofrem. O resto do mundo não tem experiência ou conhecimento verdadeiro sobre esse assunto. Na escola, é um campo de ciências pouco ensinado. Então, o problema disso é que a falta de educação cria as concepções incorretas.

Primeiro, é comum que alguém ache que todos são os mesmos, ou seja loucos. Em realidade, existe uma variedade grande de distúrbios mentais. Através dos estudos psicológicos e a tecnologia, existe uma classificação grande de todas as enfermidades. Isso se chama o Manual diagnóstico e estatístico de Transtornos Mentais. As doenças mentais podem ser classificadas entre: problemas da ansiedade, o humor, a personalidade, etc. Então, não tem somente a ver com estar louco ou não.

*Os disturbios mentais acontecem por um desequilíbrio químico!*






Segundo, as pessoas têm opinões diferentes sobre os transtornos mentais e os distúrbios físicos. Na verdade, os dois são muito simulares; os dois vêm de uma combinação de genes e fatores situacionais. Por exemplo, assim como o diabetes ocorre por uma escassez de insulina, a depressão vem de um desequilíbrio de serotonina (um elemento químico no cérebro). Então, as pessoas não percebem esse conceito. Muitas vezes acham que as pessoas podem controlar seus distúrbios mentais. Por exemplo, as pessoas que comentam coisas assim: “Se ele fosse mais positivo, poderia eliminar a depressão!” Dizer isso é igual a dizer: “Se ela respirasse diferente, poderia superar a asma”. Evidentemente, não é assim.

A influencia da mídia

Outro culpado por esse estigma é a influencia da mídia. Na televisão, as pessoas com transtornos mentais são mostradas como indivíduos violentos. Quando há um assassinato ou uma violação nas noticias, é comum que o criminoso seja descrito como portador de uma doença mental. A mídia tem a tendência de retratar indivíduos violentos desse modo sem saber os fatos verdadeiros. Contudo, é verdade que às vezes os crimes são cometidos por pessoas com doenças mentais. Mas, o problema disso é que esses indivíduos só correspondem a uma pequena percentagem da população com transtorno mental. Além disso, a mídia normalmente só cobre noticias sobre as pessoas violentas, não as boas. Esta cobertura restrita cria uma representação errada dessa população. Então, isso reforça a crença que todos os que têm transtornos mentais são criminosos, enquanto o resto, 95% deles, os não-violentos, nunca são apresentados.


As piadas do cinema

A representação dos distúrbios mentais no cinema transmite a ideia que eles são uma fonte de entretenimento. Isso acontece às custas dos que sofrem. Os filmes assim são rudes, maus e muito desrespeitosos. Uma doença mental parodiada às vezes é o tourettes. Isso é uma enfermidade de ânsia onde a pessoa não pode controlar os movimentos do corpo ou os sons da boca. Alguns filmes que brincam com isso é Deuce Bigalow, Male Gigolo e Not Another Teen Movie. O resultado dessa representação cria muitos problemas. Primeiro os que sofrem não se sentem aceitos pela sociedade. Segundo, esses filmes reforçam a ideia que os transtornos mentais são engraçados. Em realidade, são coisas sérias que têm um efeito grande nas vidas de muitos. Terceiro, esses filmes encorajam os indivíduos a brincar e dizer coisas más aos outros. Fazer brincadeiras assim é igual a fazer piadas sobre a falta de cabelo das pessoas que têm alopecia.


*As brincadeiras maus em Deuce Bigalow, Male Gigalow*


Então, acha que isso é divertido?


*Um clip do programa "I have tourettes but tourettes doesn't have me". (Sobre as crianças que têm essa doença)*

Uma resolução: o movimento a favor de acabar o estigma da doença mental

Há um movimento forte na sociedade atual que luta contra esse estigma. Existem muitas organizações que tentam educar o povo e espalhar a mensagem que a representação negativa dos transtornos mentais é injusta. Por exemplo, o “National Alliance on Mental Health” luta pelos direitos dos doentes. Também, nos Estados Unidos há uma semana dedicada à consciência dos transtornos mentais. Além disso, muitas personalidades apóiam esse movimento, especialmente as que conhecem-no pessoalmente. Por exemplo, Glenn Close é uma porta-voz de “Bring Change to Mind,” outra organização sobre esse assunto. A irmã dela é bipolar.


*Uma comercial da orginização: “Bring Change to Mind”*


Existem alguns programas de televisão que apóiam essa luta apresentando a realidade de muitas dessas enfermidades e ajudando a mudar a ignorância do povo. A série da MTV “True Life”é um bom exemplo disso. Esse programa mostra a experiência de viver com uma doença mental do ponto de vista dos doentes. Houve episódios sobre o transtorno obsessivo-compulsivo, a esquizofrenia, a bulimia, os vícios, etc. Também, o especial de televisão, “I have tourettes but tourettes doesn’t have me” apresenta as crianças e sua luta contra essa doença.









O estigma das doenças mentais é um problema grande na sociedade. Os doentes têm que suportar a caracterização errada e rude deles. Entretanto, com os esforços grandes do movimento contra isso, podemos esperar o desaparecimento total das mentiras, da ignorância e da associação negativa dos transtornos mentais.


**SITIOS DE WEB SOBRE A LUTA**

http://humornaotemgraca.blogspot.com/

http://www.adeb.pt/sobre_adeb/publicacoes/guias/texto/estigma.htm

http://www.apoiar.org.br/novo/combatendo_o_estigma.asp

http://www.bringchange2mind.org/

http://www.mentalhealthstigma.com/


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