Monday, April 12, 2010

Um sorriso

Quando eu penso em minhas paixões eu normalmente penso em três coisas.
  1. a natureza
  2. a música
  3. o sorriso

É verdade que a última coisa é díficil de entender como uma paixão, mas, para mim, me faz sentir tanta felicidade, tantas emoções revigorantes que eu acho uma paixão. Quando eu sorrio todas as coisas que estão me incomodando saem da minha mente e eu fico feliz. Eu posso estar chorando de saudades, de estress, de tristeza, o que seja... mas quando eu consigo sorrir, o poder do sorriso combate o poder dos sentimentos ruins. E sempre ganha.

As duas primeiras paixões que eu mencionei são bem fortes, e quase sempre me fazem sorrir. Por isso são tão importantes pra mim. A natureza sempre me faz sentir bem. Quando fico estressada, eu corro no parque. Quando eu sinto o cheiro das flores, das árvores, da grama, eu posso sentir a mudança que está acontecendo dentro das minhas veias. Eu tenho lembranças fortes de quando minha mãe me levava aos rios, aos barrancos, às praias da minha infância. Eu lembro da confiança que ela tinha em mim quando eu estava subindo uma árvore, com medo de cair, quando estava tentando fazer algo que eu achava que não podia conseguir. Ela sempre me falou que eu podia. Quase sempre eu conseguia. Quando não, ela estava de repente ao meu lado, me ajudando a tentar de novo. E eu sorrio.

Também, quando estou dentro da natureza, eu estou metida no trabalho de deus. É tão poderoso e me faz sentir conectada. Conectada à vida em volta de mim. Conectada às vidas das plantas, das pessoas que me acompanham e mais ainda, às almas das pessoas que sempre me acompanham. E eu sorrio.


Eu em Porto Rico Eu no Canadá
Eu em Sarasota Eu no México

Além da natureza, a música também tem o poder de me fazer sorrir. Durante a minha juventude eu tocava piano, clarinete, saxofone e oboe. Eu tinha uma sede insaciável de música. E agora, porque não tenho muito acesso aos meus instrumentos, eu canto. Ao desagrado dos meus amigos, eu canto.

A música pode me colocar dentro dum momento exato. Quando me sento num banco dum piano e escuto o som dos martelinhos nas fibras dentro, imediatamente sou transportada às aulas que eu odiava, mas adorava. Depois de uns 10 anos minha professora por fim entendeu que eu nunca ia praticar as músicas indicadas. Eu só praticava as músicas que eu gostava, as músicas que eu adorava. E eu lembro quando, durante minha aula final, ela pediu que eu tocasse "Don't Cry for Me Argentina." E eu sorrio.

Quando toca a primeira música que o amor da minha vida me ensinou a cantar em português, eu sorrio. Quando toca uma música que sempre tocava nas festas da minha adolescência, eu sorrio. Quando tocam essas músicas que me fazem lembrar dos verões com meus pais no barco que tínhamos, eu sorrio. Eu sorrio.

Quando eu sorrio, fico feliz. E fico feliz, por sorrir. E a vida, tem razão.


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